quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Fragmentos de nós

  Queria escrever, até comecei a tentar, pensei em escrever sobre algo que se passava em minha cabeça, sobre como as mulheres tem reclamado da falta de "homens de verdade", mas, antes que pudesse clarear os pensamentos a ponto de coloca-los aqui, uma amiga me surpreendeu ao postar no facebook uma frase que havia falado para ela há uns 2 anos. Não esperava que ela lembrasse, na verdade eu nunca espero que lembrem, acho que até mesmo faço questão de esquecer parte do que digo. Porém, ela postou, com as mesmas palavras e creditou a mim. Daí surgiu a necessidade de falar sobre isso, esse pensamento tomou o lugar do outro.
  Quero aqui não falar da honrosa homenagem, mas sim da questão de fazermos parte da vida de outras pessoas, como as vezes nem mesmo nos damos conta. Certa vez enviei um arquivo de áudio para uma amiga, nele continha uma canção que eu com minha péssima voz cantava, acompanhado pela melodia do violão. Me espantei quando ela recentemente disse que ainda tinha guardado um  CD com essa gravação. Me lembrei das coisas que eu mesmo guardo: Tenho um CD e um livro que me fora presenteados por essa amiga, tenho uma pelúcia que uma ex namorada me agradou no dia do meu aniversário, um quadro feito de recortes que um velho amigo me intimou a ficar, mesmo sendo seu sustento. Tenho uma miniatura do Batmóvel da versão do Adam West, me fora dado a exatos 3 anos (presente de Dia das Crianças), por um casal de amigos que a vida infelizmente se deu o capricho de nos separar. Cada um deles uma recordação, um pedaço dessas pessoas que ficou em mim e espero eu que um pedaço meu tenha ficado nelas.
  Outros tantos gestos ficaram marcados, como um amigo com a metade do meu peso, me carregou por horas  me servindo como apoio ao torcer meu tornozelo. Como quando outra amiga cuidou de mim, num momento de absurda embriagues, queria eu poder dizer aqui cada gesto que me faz sentir gratidão por essas poucas pessoas que fazem parte da minha vida ou de minha história.
  Vejo que cada dia mais precisamos sim de fragmentos de pessoas, complementos de nossa própria existência    e mesmo com todo afastamento necessário pela vida, ainda sim precisamos de mais boas recordações daqueles que um dia fizeram com que em pleno caos, tudo fizesse sentido.

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