terça-feira, 11 de outubro de 2011

Emprego, Buenos Aires e Sociedade...

 Ontem, estava eu no ônibus, como costumeiramente o faço após uma solitária sessão de cinema. Estava pensando o quão solitário estou ultimamente, não que houvesse excessos de companhia de tempos em tempos, mas ultimamente isso de fato estava me incomodando. Não mais me incomodava por me sentir excluído, como sempre, mas sim por não mais querer companhias. Lembrei da minha recente viagem para São Paulo e como as coisas aconteceram. Cheguei em casa, arrumei minha mochila, no dia seguinte fui para o trabalho e de lá para a rodoviária, andei sozinho por uma cidade que não conhecia e mesmo sem sequer uma pessoa do meu lado eu não me continha de felicidade. Pensei que queria sentir aquilo de novo, em Buenos Aires ou na Tailândia... Percebi então duas problemáticas na minha perseguição à felicidade. Meu emprego não me dava tempo para viajar e também não me dava recursos financeiros para isso. Não que seja ruim, eu de fato ganho relativamente bem para alguém na minha posição. Pensei em largar o emprego e tentar ser feliz em Buenos Aires, mesmo que minha felicidade fosse momentânea. Logo após isso pensei em todas as pessoas que me criticariam por estar desempregado de novo. Pessoas que nunca me deram nada, aliás, as pessoas que criticam os outros são justamente quem nunca ajuda. Ninguém nunca me deu sequer 1 real para que eu pudesse ser feliz em São Paulo, Buenos Aires, Tailândia ou até mesmo aqui e essas pessoas me criticariam. Que porra de sociedade escrota!
Não há sequer uma pessoa para me ouvir falar ou para ir ao cinema, não há uma pessoa para dividir uma cerveja ou para jogar conversa fora, mas tenho certeza que apareceriam dezenas me criticando por estar desempregado.
Percebi que na verdade todos estão solitários, não apenas eu. Inventamos lugares para sermos felizes e não conseguimos. Boates, bares, casas de show, são todos lugares dedicados na busca hedonista do prazer e da felicidade. Pobres somos ao acreditar nisso. Me lembrei de um momento feliz que tive... Era uma terça feira a tarde, estava com minha namorada na cama e riamos de alguma piada boba contada por mim. Rimos feito crianças, até doer a barriga. Só me lembro disso e da felicidade que senti naquele momento. Não estava numa boate ou bar, não foi uma data especial ou comemoração, foi apenas mais uma terça feira a tarde...
Se isso não for felicidade, eu desisto de tentar entender...

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